segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Teoria Brasileira


Escavações realizadas pela arqueóloga Niède Guidon no sítio Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí, revelaram a data mais antiga até então alcançada pela arqueologia nacional: 48.000 anos.

Esse mesmo sítio já havia fornecido várias datas, indicando uma seqüência de ocupações humanas que se iniciava em 6.000 anos e recuava no tempo, até atingir, nas camadas mais profundas das escavações, acima de 30.000 anos de idade. E chegou a 48.000.

Muitas discussões ocorreram e continuam ocorrendo até hoje. Essas datas colocaram em cheque a teoria da chegada do homem nas Américas, que estimava o início da ocupação por volta de 12.000 anos atrás. Este momento correspondeu ao período final da última grande glaciação terrestre, que formou uma ponte de gelo no Estreito de Behring, unindo o extremo nordeste da Ásia ao Alasca. Grupos de caçadores especializados, acompanhando as manadas de mamutes, teriam passado pela "ponte" e, assim, iniciado a ocupação das Américas. Dos planaltos norte-americanos teriam iniciado sua migração rumo ao sul, espalhando-se por todo o continente e alcançando o Brasil por volta de 10.000 anos atrás.

Sem dúvida, todo esse processo de ocupação de fato ocorreu. O problema é que, com uma data de mais de 12.000 anos no Brasil, a passagem pelo Estreito de Bering não teria marcado o início da ocupação humana nas Américas. Seria apenas mais uma das diversas vias de acesso que para aqui afluíram.
Assim, o povoamento das Américas teria sido realizado de forma muito mais complexa do que até então se imaginava. É possível que tenham ocorrido migrações muito mais antigas pelo próprio Estreito de Behring ou, então, que tenham sido utilizadas rotas alternativas.

Desta forma, a questão novamente fica no ar: como e quando tudo começou?

Mas não é apenas a questão da data que tem incomodado os cientistas. Eles também se perguntam: quem eram estes primeiros homens que aqui chegaram?

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